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Almir Zarfeg comenta “A poesia da matemática”, novo livro de Décio Torres Cruz

11 de julho de 2024
Almir Zarfeg comenta “A poesia da matemática”, novo livro de Décio Torres Cruz

Livro A Poesia da Matemática - Foto: Divulgação

Eu apreciei a “A poesia da matemática” (Caravana Grupo Editorial, 2024), de Décio Torres Cruz, sem maiores dificuldades nem desconfianças, porque nessas questões matemáticas eu fico sempre com o pé atrás e o pensamento em looping, se vocês me compreendem.

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Acho que cabe aqui uma divagação. É aceitável o argumento de que a poesia, em essência, está mais para a música, a publicidade e a filosofia do que, propriamente, para a literatura, não é mesmo? Agora, essa história de poesia da matemática – aqui para nós – eu tinha que ver com estes olhos que a terra há de comer, no futuro distante, para tirar minhas conclusões. Daí que desejei muito ler o livro, muito mesmo, de sorte que ele acabou caindo em minhas mãos. Aceite meus agradecimentos, portanto, caríssimo Décio! 

Pois bem, no mesmo dia em que recebi o livro, eu comecei a lê-lo sem dificuldades e com grande deleite, porque os poemas são simplesmente deliciosos e o assunto, antes imaginado por mim complicado, flui bem e nos envolve graças ao conhecimento do autor sobre a matemática e à experiência dele com o fazer poético. Mesmo porque Décio é professor universitário e membro da Academia de Letras da Bahia (ALB) com várias obras de ficção e teoria publicadas. Assim, desde a leitura de “O homem que calculava”, de Malba Tahan, que li há muitos anos e do qual volta e meia sinto saudade, não tinha visto nada tão fascinante e envolvente – a matemática tratada de maneira divertida, poética e informativa ao mesmo tempo.

Almir Zarfeg comenta “A poesia da matemática”, novo livro de Décio Torres Cruz

O poeta, professor e acadêmico Décio Torres Cruz autografando "A poesia da matemática"

Porque, ao contrário do calculista Beremiz Samir, que quase sempre partia da aritmética para realizar os cálculos mais inacreditáveis do mundo vasto mundo, Décio dá uma verdadeira aula sobre a matemática, apresentando a história dessa ciência exata, passando em revista o avanço dela no tempo e no espaço, da antiguidade à atualidade, lançando mão da aritmética, álgebra, geometria e estatística. Ou seja, somos apresentados à ciência dos números e das formas de maneira leve e descontraída, em forma de poemas, o que torna essa viagem muito mais interessante e prazerosa. Até os leitores pouco amantes dessa disciplina, como eu, acabam gostando da leitura dos textos e, por extensão, da mistura improvável entre versos e numerais.  

Conhecedor profundo do tema sobre o qual se debruça e dono de um estilo discursivo despojado, livre dos excessos formais e/ou metafóricos, mas sem dispensar de todo as rimas, o poeta nos brinda com uma matemática que precisa, com urgência, ser apresentada às escolas deste Brasil tão carente de raciocínio lógico e, também, da boa e velha escrita analógica. Porque números e letras andam juntos, desde sempre, como dois amigos inseparáveis! 

Em doze partes que dialogam entre si e com direito a um epílogo-cabeça, Décio não só nos apresenta “o xis da questão” – sem jogar conversa fora nem se fazer de cartesiano ou chato – como ainda por cima demonstra que “a poesia da matemática” é uma possibilidade que pode e deve ser vivenciada por todos. Pedagogicamente. Socialmente. Poeticamente. 

Primeira conclusão: se Décio conseguiu extrair poesia da matemática, ou melhor, apresentar a ciência abstrata de maneira tão criativa e lúdica, então nós – B-ita e eu – seremos capazes de poetar o tupi antigo também. Tupi or not tupi, por que não?

Segunda conclusão: o ilustre poeta Décio Torres Cruz esteja ciente, desde já, de que sua obra “A poesia da matemática” receberá uma Moção de Aplauso, na sessão solene de dezembro de 2024, da Academia Teixeirense de Letras (ATL). Parabéns e sucessos!  

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Fonte: Redação