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Haicais zarfeguianos para João Araújo, decano do jornalismo regional morto aos 75 anos

23 de dezembro de 2023
Haicais zarfeguianos para João Araújo, decano do jornalismo regional morto aos 75 anos

O agora saudoso jornalista e editor João Alfredo Araújo 

O poeta e jornalista Almir Zarfeg dedicou dois haicais – poemas sintéticos de origem japonesa – à memória de João Alfredo Araújo, decano do jornalismo regional falecido na última quarta-feira (20), aos 75 anos, em Ilhéus, vitimado por uma parada cardíaca. Ele deixou viúva, quatro filhos e três netos.

João Araújo, como era conhecido, vinha lutando havia anos contra o diabetes que, associado a outras comorbidades, acabou por dar cabo da vida daquele que é considerado o decano dos jornalistas no extremo sul baiano.

Natural de Ilhéus, para onde retornou por causa dos problemas de saúde, o agora saudoso jornalista iniciou sua trajetória nos anos 60 como produtor musical na Cidade Maravilhosa, seguindo nos anos 80 para Itamaraju e, finalmente, fixando residência nos anos 90 em Teixeira de Freitas.

No seu currículo estão feitos importantes como shows de grandes nomes da MPB como Gilberto Gil e Gonzaguinha, a fundação dos periódicos impressos Independente e Jornal Cidade. Tudo isso antes do boom internético que inaugurou os sites de notícias.

“À frente do Jornal Cidade, que editava e assinava a coluna ‘A voz do dono’, João Araújo marcou época com suas terríveis análises políticas, para o bem e para o mal”, afirmou Zarfeg.

Na primeira década dos anos 2000, Zarfeg foi redator do Cidade, tendo, inclusive, assinada a partir de 2004 a coluna “Ó Abre Aspas”, numa alusão à marchinha “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga.

“Os textos da coluna sempre tinham como mote uma frase conhecida, também chamada de pérola, dita por alguma personalidade local, regional ou nacionalmente, independente da sua área de atuação ou da época”, esclareceu Zarfeg. 
A convivência com João Araújo proporcionou ao poeta/jornalista momentos decisivos da imprensa alternativa e, também, curiosos da vida do saudoso editor, especialmente suas polêmicas com políticos ou colegas de profissão.

“As provocações do editor, via coluna ‘A voz do dono’, endereçadas a nomes como Ramiro Guedes, Dilvan Coelho e Érico Cavalcanti, causaram sensação no calor da publicação e, com o tempo, ganharam status folclórico. Enfim, marcas de um tempo que não volta mais”, disse Zarfeg.

Ele acrescentou: “Obviamente que muitos desses embates acabaram rendendo processos na justiça e bate-bocas memoráveis”.

 

A seguir os dois haicais zarfeguianos dedicados ao saudoso editor do Jornal Cidade: 

Haicais zarfeguianos para João Araújo, decano do jornalismo regional morto aos 75 anos


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Fonte: Redação