“Homem-gato, homem-feito”, romance zarfeguiano, é ambientado em Teixeira de Freitas

Erivan Santana com exemplar de "Homem-gato, homem-feito" - Foto: Divulgação
Por Erivan Santana
Após o sucesso de “Estação 35” (Lura, 2021), Almir Zarfeg vem presentear seus leitores com “Homem-gato, homem-feito” (Uiclap, 2024), romance de entretenimento ambientado em Teixeira de Freitas e região, e que, por isso mesmo, já vale a leitura de todos e todas.
Mas a obra vai além, ao trazer uma temática da maior relevância para a história recente da cidade, de triste e dramática recordação – o desaparecimento do jornalista Ivan Rocha em abril de 1991. Passados exatos 33 anos de ausências, impunidades e simbolismos.
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O enredo se desenvolve de forma muito atraente para o leitor, lançando mão do humor, suspense e realismo fantástico, centrado nos dois personagens principais – o jornalista William e o felino Romeu, que decidem partir em busca do “tesouro”, no caso, os restos mortais do jornalista teixeirense desaparecido.
Entretanto, apesar desta aparente leveza, o drama está posto, e o leitor fica sabendo do que se trata já nas páginas iniciais. A história é atraente, o ritmo de aventura, de modo que temos a sensação de estarmos ligados aos personagens, pois o enredo se desenvolve em locais muito conhecidos dos teixeirenses.
Desta forma, o autor vai conduzindo habilmente a narrativa, demonstrando um profundo conhecimento histórico e geográfico da cidade e região, captando como poucos a psiquê humana e o ethos teixeirense que caracterizam a Capital do Extremo Sul.
Vale observar também o alto grau de informação e conhecimento que o livro traz, citando personagens históricos da cidade e da Bahia, isso posto em diálogo com as tradições culturais que deixaram marcas na comunidade local, como o “Almoço à brasileira”, programa de rádio apresentado pelo saudoso jornalista e acadêmico da Academia Teixeirense de Letras (ATL), Ramiro Guedes.
Com sua mais recente obra, portanto, Almir Zarfeg nos mostra a importância do escritor teixeirense e regional no cenário literário nacional, salientando que uma obra – mesmo focada em tema e enredo locais – dialoga com o mundo contemporâneo, pois o livro continua sendo um símbolo da globalização intensificada a partir do século XV.
Mais que isso, ao aliar jornalismo com literatura, o autor dá uma contribuição relevante para Teixeira de Freitas e pros teixeirenses, demonstrando o real valor e alcance da ficção e da notícia, transcendendo tempo e espaço. Certamente, Ivan Rocha vive! Agora mais do que nunca.
Por tudo isso, “Homem-gato, homem-feito” é obra para ser lida com interesse, reconhecimento e gratidão, pois temos nas mãos um registro da história teixeirense e um chamado à justiça e à liberdade de expressão.
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Fonte: Erivan Santana é professor das redes estadual e municipal de ensino em Teixeira de Freitas. Poeta e cronista, é titular da Cadeira 36 da Academia Teixeirense de Letras (ATL).